Hélder Postiga começou para o futebol no Varzim e não no vizinho Rio Ave, apenas porque não conseguiu contornar a resistência de um... lavrador. O pequeno Postiga nunca escondeu que gostava de ser futebolista e ainda muito novo foi arrastado para o emblema vilacondense por alguns amigos das Caxinas.
Mas como as então acessibilidades aos estádios não eram tão boas como o são agora, teimou em encurtar caminho atravessando um campo de lavoura, o que acabaria por lhe valer uns safanões de um lavrador mais zeloso da sua propriedade...
O pai Postiga contornou o problema levando o seu filho para o Varzim - também tinha sido lateral do emblema poveiro antes de abraçar a faina piscatória – e entregou-o ao seu amigo Rúben Cunha, que dirigia as escolinhas do Varzim: "Era um miúdo bastante humilde, simples e com um prazer enorme de jogar futebol", recorda este antigo futebolista do Belenenses, Leixões e da equipa da Póvoa de Varzim, reconhecendo que a ida de Hélder Postiga para as Antas "foi benéfica, porque o FC Porto dispunha de outras condições e mentalidade ganhadora". Rúben Cunha ainda recorda que a ida do pequeno Postiga para o FC Porto envolveu apenas a "cedência de material desportivo", depois do promissor dianteiro ter dado nas vistas num torneio realizado em Viana do Castelo e ganho pelos varzinistas na final com os portistas, com "um golo muito bonito do Hélder".
O então treinador do Varzim recorda que naquela equipa surgiram muitos outros bons jogadores, como Geraldo (ex-Benfica, Paços e Ferreira e Gil Vicente), Bruno Alves (ex-FC Porto, Farense e Vitória de Guimarães) ou até Milhazes, que acaba de se juntar ao Boavista depois de toda uma carreira ligada ao clube poveiro: "Alguns ainda andam perdidos pela 2.ª Divisão e com capacidade para jogarem na Segunda e Primeira Liga", explicou Rúben Cunha, que não esconde o orgulho por estar associado aos primeiros passos de futebolista de Hélder Postiga.
Tiago Sousa Dias
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