Não há fome que não dê em fartura

Parecia bruxedo mas, nos últimos anos, a Sad do FC Porto chegou a comprar camiões de jogadores para ocupar o lado esquerdo da defesa e mesmo assim não conseguia resolver o problema. Umas vezes por falta de qualidade dos jogadores contratados, outras por falta de tempo, a verdade é que apenas Fucile dava garantias. Ele que é um lateral direito.

Mas esta época tudo mudou com a chegada de Cissokho. O miúdo que o FC Porto foi buscar ao Setúbal a troco de 300 mil euros depressa conquistou o coração de Jesualdo Ferreira e dos adeptos.
Hoje o lado esquerdo da defesa está bem entregue e no próximo defeso, pela primeira vez em vários anos, a Sad pode deixar os camiões na garagem.

Até porque o FC Porto também conseguiu um bom reforço para o lado direito da defesa. Aliás, Sapunaru é a prova como muitas vezes somos injustos com os jogadores que chegam ao Dragão. Principalmente com os estrangeiros porque, acreditem, os primeiros tempos são sempre dificeis para qualquer emigrante. Os jogadores não fogem à regra e no FC Porto, um clube que mete medo pela sua grandeza, muito menos. É por isso que o apoio é muito importante, o problema é que muitas vezes acontece exactamente o contrário e no lugar das palmas os novos jogadores são recebidos com assobios. E quantos mais assobios ouvem, mais erram...depois só lhes resta apanharem o avião de regresso. Felizmente não foi o caso de Sapunaru e, depois de uma época menos boa, conseguiu mostrar o que vale ao ponto de fazer esquecer o lesionado Jorge Fucile.

Só que o uruguaio está de volta e a tempo de recuperar o lugar que é seu. É normal, continua a ser o melhor lateral da equipa e por isso merece jogar. Mas desta vez será diferente porque sabe que o lado esquerdo está bem entregue e no banco estará alguém que o poderá render a qualquer momento sem que a equipa fique prejudicada. Já agora, espero que os dirigentes, treinadores e adeptos não se esqueçam o quanto Sapunaru foi útil nos últimos tempos.

E como Miguel Lopes está a chegar, é caso para dizer que não há fome que não dê em fartura. Ainda bem.