Pinto da Costa em entrevista

Algumas partes da entrevista a Pinto da Costa tiradas do jornal O Jogo

P | Lembra-se de um começo de época tão tremido como este?
R | Esta época, que ainda vai no princípio, já permitiu ganhar a Supertaça, contra o Benfica, que era o detentor da Taça de Portugal, e já nos permitiu vencer em caso do nosso principal adversário ao título, que é o dito Benfica. Muitas épocas não começaram com estes êxitos. Li hoje [ontem] n'O JOGO que o FC Porto teve duas derrotas que o afastaram da vitória em duas provas. Mas foi exactamente como no ano passado. Perdemos a Supertaça Europeia e fomos eliminados da Taça de Portugal. Este ano foi em Guimarães, no ano passado foi no Jamor. Em relação ao afastamento de vitórias em determinadas provas estamos exactamente como no ano passado.

P | A rábula dos bilhetes que os grandes cedem, ou melhor não cedem, aos rivais para os clássicos já vem da época passada. No encontro com o Sporting, em Alvalade, os leões preferiram pagar a multa estipulada pela Liga do que dar os ingressos a que o FC Porto tinha direito. Agora a resposta do FC Porto, ao enviar para o Sporting os bilhetes a que eles tinham direito, foi uma bofetada de luva branca?
R | Não demos nenhuma bofetada de luva branca nem deixamos de dar. Apenas cumprimos os regulamentos e comunicámos ao Sporting o número de bilhetes a que tinha direito. Não sei se os vão utilizar ou não, pois são cerca de mil e eu não sei se o Sporting tem, neste momento, mil adeptos que querem vir ao Dragão. Se tiverem, têm os bilhetes. Se não tiverem tanta gente para acompanhar a equipa, terão de os devolver. Nada mais do que isto. Os comportamentos dos outros ficam com eles e não é a mim que compete analisá-los.

P | Na reinauguração da Casa do FC Porto de Lisboa falou numa "operação Fisco". Estava a referir-se aos alegados problemas fiscais de José Veiga?
R | Tenho berço e educação. Sobre isso não me vou pronunciar, uma vez que são assuntos privados. Não é meu hábito comentar problemas privados ou do foro profissional, seja de quem for, e não vou abrir excepção. Para essas fofoquices é que existem o Correio da Manhã e o 24 Horas. Esses é que são especialistas em falar da vida privada das pessoas. Não é essa a minha maneira de estar na vida.

P | Quando viu Costinha no chão temeu que fosse uma situação mais grave?
R | Foi tudo muito rápido, mas senti que era algo grave. Primeiro pela entrada, que me apercebi logo no estádio que tinha sido inacreditável. Vi logo que podia ter consequências graves. Porém, ao ver a reacção dos colegas quando ele ia a sair do campo, fiquei mais descansado.

P | Acha que lances como este deviam ser alvo dos famosos "sumaríssimos", uma vez que o árbitro não sancionou disciplinarmente Flávio Meireles?
R | Sobre isso não me quero pronunciar, uma vez que a Federação tem órgãos para analisar estes casos. Isto, apesar de em Portugal as entidades existirem mas nem sempre funcionarem. Por exemplo, o CNAD não funciona. Não haver controlo anti-doping no único jogo entre clubes da I Divisão, com a grande importância que tinha, é inacreditável. Se eu mandasse neste país, se eu fosse o ministro da tutela desse sector, o responsável do CNAD hoje já estava demitido

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