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03/11/04

Liga dos Campeões

in www.fcporto.pt
«A estranheza de um empate

As contas do Grupo H da UEFA Champions League complicaram-se para o F.C. Porto. E complicaram-se porque os azuis e brancos não foram felizes, porque o PSG veio ao Estádio do Dragão para defender e apostar no anti-jogo e porque um senhor escocês que devia apenas ser justo andou a pular de desatino em desatino. O nulo desta noite é muito estranho. Quase tão irritante como a chuva que contribuiu para amolecer o espectáculo.

Se houvesse justiça, o regresso a casa dos mais de 30 mil portistas presentes no palco da partida teria sido muito mais agradável. De sorriso nos lábios, comentariam o sucesso do F.C. Porto e criariam novos cenários, desenhando horizontes e reciclando sonhos. Se houvesse justiça, o PSG estaria agora arrependido por ter desperdiçado uma oportunidade excelente para mostrar alguma coisa em casa do campeão europeu. E se, por fim, houvesse de facto justiça, o árbitro teria o voo mais turbulento da história de aviação civil no regresso à sua ilha. Não por causa dos poços de ar ou dos ventos cruzados, mas sim devido ao peso da sua consciência.

O F.C. Porto, diga-se, não realizou a melhor exibição da sua vida. Não foi especialmente mágico, nem encantador, mas foi empolgante e decidido, animando a crença dos seus adeptos e tentando sacudir a má fortuna dos últimos tempos. E tudo poderia ter sido diferente logo nos minutos iniciais. Depois de uma entrada enérgica, num estilo característico, o F.C. Porto criou perigo logo no minuto sete, quando Derlei ganhou posição na grande área e, depois de ter conquistado a bola a Armand, pareceu ser tocado pelo lateral francês. Quem viu da bancada, está capaz de jurar que era grande penalidade. O juiz nada assinalou. Estranho.

Sem esmorecer, o F.C. Porto foi procurando a vantagem por outros caminhos. Maniche, aos 19 minutos, depois de receber uma bola amortecida por McCarthy, ficou muito perto de um festejo que teria forçosamente de ser exuberante. O tiro foi perfeito. O golo seria fantástico. A equipa de Victor Fernandez estava a chegar ao melhor período na primeira metade. Com uma pressão sempre muito alta, o que permitiu conquistar diversas vezes a bola em terrenos adversários, e com um ritmo assiduamente elevado, Diego, Maniche e Derlei surgiam a finalizar jogadas bem desenhadas e ficavam perto de abrir o marcador. As oportunidades chegavam para regressar ao balneário na frente.

O PSG não se viu durante os 45 minutos iniciais. Ou melhor, viu-se a defender, a demorar uma eternidade em cada recuperação de bola, a estragar aquilo que o Dragão tentava construir. Estar empatado era uma benesse que não parecia merecer.

Depois do intervalo, o F.C. Porto foi carregando, com o passar do tempo de forma cada vez mais insistente, mas não logrou desfazer o nó. A dualidade de critérios de Stuart Dougal pode ajudar a explicar muita coisa, a forma quase paternal e complacente com que pactuou com as perdas de tempo do PSG, reforça a evidência. Das cabeças de McCarthy e Ricardo Costa, ainda assim, saíram oportunidades flagrantes que trariam justiça a jogo. O F.C. Porto queria muito vencer. E, por mais que lhe quisessem armadilhar o caminho, lutou até ao fim.

Em jeito de anedota, e já depois de os franceses terem gerado um sururu no qual os prevaricadores passaram impunes, o árbitro diminuiu o perigo que um livre frontal podia criar, colocando a barreira a pouco mais de três metros. Mas também não será nada de estranhar vindo de quem apenas prolongou o jogo por mais três minutos, beneficiou duas vezes o infractor parando o jogo quando o F.C. Porto saía para o contra-ataque e poupou os jogadores franceses a um par de amarelos obrigatórios.

O resumo de todas as incidências diz que o F.C. Porto empatou em casa. É isso que ficará registado. Na memória, porém, fica a falta de um clique da sorte nos momentos decisivos e uma série de contingências enervantes. Não explica tudo, mas oferece muitas pistas para a discussão.

FICHA DO JOGO

UEFA Champions League (Grupo H – 4ª jornada)

Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 30.210 mil espectadores

Árbitro: Stuart Dougal (Escócia)
Assistentes: Martin Cryans e Tom Hugh Murphy
4º árbitro: Craig Alexander Thompson

F.C. PORTO: Vítor Baía; Seitaridis, Jorge Costa «cap.», Pedro Emanuel e Ricardo Costa; Bosingwa, Diego e Maniche; Quaresma, McCarthy e Derlei
Substituições: Diego por Carlos Alberto (63m), McCarthy por Hugo Almeida (64m) e Quaresma por Hélder Postiga (78m)
Não utilizados: Nuno, César Peixoto, Areias e Raul Meireles
Treinador: Victor Fernandez

PSG: Letizi; Pichot, Pierre-Fanfan «cap.», Yepes e Armand; M’Bami e Cana; Pancrate, Coridon e Edouard Cissé; Pauleta
Substituições: Coridon por Mendy (74m), Edouard Cissé por Boskovic (86m) Pauleta por Ljuboja (89m)
Não utilizados: Alonzo, Ateba, Benachour e Hélder
Treinador: Vahid Halilhodzic

Disciplina: Cartão amarelo a Jorge Costa (24m), Quaresma (52m), Armand (59m), M’Bami (66m), Letizi (85m) e Derlei (85m)»

Resta dizer que o Campeão Europeu tem dois jogos para mostrar algo que o faça seguir em prova, pois a possibilidade ainda existe e nem é tão utópica quanto isso, desde que finalmente se encontre a equipa.
O próximo jogo será seguramente o mais difícil, não só pelo que está em jogo, mas porque o CSKA tem na realidade uma equipa que joga muito bem em conjunto, e em casa do adversário prevê-se missão difícil... vamos a ver se acordam de uma vez por todas.

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