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17/01/07

Os justiceiros e a democracia

Infelizmente, o que mais temos visto por aí são aspirantes a justiceiros, com sede de vingança, vá-se lá saber porquê. Ao mesmo tempo que lemos textos absurdos, de benfiquistas frustrados como é o caso do Domingos Amaral (o qual, apesar de não o conseguir disfarçar a sua enorme costela e frustração benfiquista na "sua" revista, mostra a sua clara falta de "espinha" ao optar por escrever um artigo no Diário Económico, que mais facilmente se encaixaria num editorial da Maxmen... E porque será?? Medo de perder assinantes e leitores num local onde tem resposabilidades acrescidas??), ou opiniões anedóticas de alguém como André Sardet. E aí temos de nos questionar, como é que hoje em dia, tanta gente "alheia" a este mundo tem opinião tão formada e "informada" sobre o que se passa no futebol?? E mais, como é que tanta gente tem tantas certezas, sobretudo quando vemos que estas são baseadas em textos que, todos eles, carecem de veracidade confirmada, e que a maior parte carece mesmo de idoneidade por parte de quem os escreve??

É mais do que óbvio que, para grande parte da população, não existe qualquer processo "Apito Dourado"... o que existe, é a condenação imediata de Pinto da Costa (os outros?? que outros??), e por arrasto do FCP, e isto na ilusória ânsia de verem os títulos bravamente ganhos por este clube, rasteiramente oferecidos a outros. O problema maior é que, na sociedade em que vivemos, a inveja permite que as opiniões formadas quase nunca sejam fundamentadas e justificadas... e assim, uma mentira muitas vezes repetidas passa mesmo a ser verdade!! Por exemplo, como entender o "chinfrim" que se fez por o árbitro do FCP - Atlético ter assinalado um penalti a favor do FCP no último minuto do jogo?? Como explicar que um qualquer "deficiente" Batista, se apreste a afirmar que não diz mais do que «não lhe pareceu haver nada no lance do penalti», «porque agora com isto do "apito dourado" se poderiam retirar muitas ilações» daquele lance?? Porque não justificou ele o que disse?? Porque não explicou ele o porquê de o árbitro propositadamente ajudar o FCP, com aquela decisão mostrar que estava "comprado", e depois não obrigar a repetição do penalti até o FCP marcar?? Ou ainda, porque é que o jogo não estava já resolvido ao intervalo?? Em última análise, como é que, apesar de tudo, o Atlético conseguiu passar a eliminatória?? Como é que, no limite, o FCP não conseguiu vencer todas as provas nacionais desde que PC se tornou presidente do FCP??

A questão é que, em Portugal, neste momento há um alvo a abater, há alguém que só ganha com batota (e mesmo quando perde, houve batota de certeza), porque a opinião pública há muito foi formada fruto das invejas. E isto não é novidade... a única novidade é que, com este suposto processo, os que andavam escondidos debaixo das pedras, respiraram fundo e vieram cá para fora gritar mais alto, porque sentem que se gritarem mais alto, a razão estará do lado deles.

A este propósito, e da falta de consciência democrática demonstrada pela grande parte dos opinadores anti-FCP, que se lançam imediatamente em conclusões de culpa, deixo aqui um texto recolhido no site "relvado.com", escrito pelo utilizador "Bom Senso":

«A democracia para tótós

O que eu acho mais importante nestas afirmações do major é o que elas indiciam quanto ao estado a que chegou a consciência cívica em Portugal. A imprensa do vale tudo pode sentir-se satisfeita com os resultados da sua campanha. Imaginem que já é notícia uma pessoa dizer que nunca almoçou em casa de alguém como se o facto de almoçar fosse, em si, um crime.
Uma das piores coisas que pode acontecer a uma sociedade democrática é quando as esferas do público e do privado, do laico e do religioso e, sobretudo, do direito e da moral se confundem.

Um dos fenómenos que nos deve fazer pensar é a via do politicamente correcto que a ideologia conservadora americana está a espalhar por toda a Europa. Para os que têm a memória menos curta, conviria recordar aquilo a que eu chamo o fenómeno do "cinto de segurança". Primeiro as pessoas foram aconselhadas a utilizá-lo, depois tornou-se obrigatório o seu uso, não só à frente como atrás. Por fim, a sua não utilização implicou multa e, em certos países, retirada de pontos na carta de condução. Ora a não utilização do cinto em nada prejudica terceiros. É uma questão de responsabilidade pessoal. O Estado, ao impor o uso do cinto, não está a proteger o cidadão contra terceiros, como é a sua função, mas a impor a um cidadão individual um comportamento que considera correcto.
Passamos aqui da esfera do direito para a esfera da moral.

No caso de um dirigente desportivo, um professor, um juiz ou um árbitro almoçar com alguém a ele ligado pelo mesmo domínio de interesses, o que a imprensa deveria chamar a atenção é que, quando muito, estaríamos perante uma falta de deontologia.
Quando a imprensa alega que um presidente do Conselho de Arbitragem não deve encontrar-se com um dirigente desportivo, com a velha máxima de que "não basta que a mulher de César seja honesta, também é importante que o pareça", esquece-se que este aforismo está todo ele marcado por uma ideologia moralista que nada tem a ver com o direito e a justiça.

Ora, infelizmente, a imprensa não só não contribui para uma separação clara das águas entre comportamentos deontologicamente reprováveis e actos criminosos, como, à velha maneira da revista à portuguesa, procura adorná-los um certo humor rasca.
Quando o Jô Soares ou os Gato Fedorento criam frases feitas género "Fico chateado, claro que fico chateado" ou "Vai buscar" sabe-se que o intuito é que essas frases passem para o domínio público e comecem a ser correntes na linguagem do dia-a-dia. É a sua forma de controlo do "mercado". Quando a Carolina vem com a história dos chocolatinhos, ficou imediatamente claro para o Bom Senso que alguém lhe encomendou o sermão. Para casa convida-se alguém para "beber um copo" ou para "tomar um café". O café com "chocolatinhos" foi claramente uma adenda de alguém que não a Carolina nem a professora de português. Os chocolatinhos vinham renovar a piada já gasta do café com leite e da fruta. Foi um truque de marketing comunicacional e, ao sê-lo, forneceu preciosas informações sobre o livro da Carolina e dos seus mentores.

Depois disto tudo, resta-me apelar ao bom senso dos relvas mais esclarecidos e que, por vezes, parecem demasiado distraídos.

Qure fique claro:
Ao contrário do que a imprensa sugere, o facto de um árbitro frequentar a casa de um dirigente, mesmo que tal se comprove, não constitui qualquer crime. Faço esta chamada de atenção porque anda por aí muita gente a confundir alhos com bugalhos. E é sabendo isso que o Valentim Loureiro tem este tipo de discurso. Confesso que, da mesma forma que nunca me interessou a conversa fiada do Sapo, o que gostaria era de viver num país em que um dirigente, fosse ele de que clube fosse, quando interrogado, pudesse publicamente afirmar que almoçou, jantou ou foi a uma casa de putas com alguém conhecido ligado ao mesmo sector de actividade. E depois?
Desde que nos desse garantias de que não tinha nada para dar, vender ou trocar, que nos interessa a vida privada dos agentes nos seus tempos livres?
Por que é que eu não posso ir beber um copo com alguém sem me deixar corromper?

Para esses distraídos recordo que, em certos Estados dos Estados Unidos, já quase não se faz distinção entre convidar uma colega de trabalho para beber um copo e o assédio sexual e/ou a violação. E que há crianças de 6 anos que são expulsa do jardim escola por darem um beijo a uma colega de 5 anos.

É isso que me preocupa, e me revolta, quando vejo a confusão de géneros que por aí vai. Quem quiser viver à americana que viva, mas não é nesse país que eu quero viver. É na Europa, num país chamado Portugal, em que eu possa mandar umas bocas, convidar uma amiga para beber um copo, ela, ou eu, sabermos muito bem o que cada um quer, e cada um ir até onde achar que deve ir e mandar os empernadores de pestana profissionais ir jantar com o Castelo Branco

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Nuno
Excelente post, oportuno e com bom senso.
Claro e evidente que os mentecaptos dos jornaleiros corruptos e seus acólitos não se interessam por tudo isto, infelizmente estas pessoas como o bom senso não têm acesso aos média que provocaria o contraditório que é exigido num estado de direito.
Saudações Portistas

Anónimo disse...

E por falar na mulher de César...
Então a senhora doutora procuradora não é casada com o ilustre fiscalista que por acaso é o senhore doutor responsável pelas contas particulares do fulano que foi eleito presidente do benfica?
À noite, na cama, não lhe pedirá ele um favorzito para ajudar o seu cliente contra o do Porto?

Anónimo disse...

É caso para perguntar se esses senhores quando almoçam, ou saem do seu emprego alguns minutos, para poderem tomar café com torradas no Bar mais próximo, o fazem com todas as precauções, para não se encontrarem com alguém que trabalhe na sua área profissional, para que isso não possa ser julgado uma tentativa de aproximação ao acto corruptível....

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