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26/05/08

Continuando o "Apito Final"

  • Um bom texto de Manuel Queiroz

    Voltando ao "Apito Final", como já tinha prometido, e ainda sem ter acabado de ler todos os acórdãos (são páginas e páginas), três afirmações e quatro perguntas:

    1) Indignemo-nos justamente com muitos dos comportamentos plasmados nos autos. Sobretudo quando um elemento da Comissão de Arbitragem (Júlio Mouco) telefona a um presidente (João Bartolomeu) a dizer quem é o árbitro e a saber se quer este ou aquele árbitro-assistente. Indignemo-nos com o facto de o mesmo presidente de clube ter aparentemente dado um telemóvel a um árbitro-assistente.


    2) Indignemo-nos com o facto de João Loureiro, então presidente do Boavista, pede árbitros-assistentes ao mesmo Júlio Mouco, ou quando pede a um funcionário da Liga que fale com árbitros para que estes mostrem cartões amarelos a determinados jogadores de equipas que vão defrontar o Boavista na jornada seguinte. Ou que Valentim Loureiro faça algo parecido, ou peça aos árbitros que não se esqueçam dos amigos.


    3) Indignemo-nos com o facto de um árbitro visitar um dirigente a dois dias de um jogo - ou um dirigente receber um árbitro (Pinto da Costa e Augusto Duarte, antes do Beira-Mar-FCPorto. Não é um crime, mas no futebol profissional é uma falta grave.

    Mas desculpem lá:

    - O presidente da Comissão Disciplinar, Ricardo Costa, disse que não havia só escutas telefónicas. Do que li até agora, há muito pouca coisa mais - e quase tudo o que há a mais foi porque se soube primeiro pelas escutas. E não é por acaso com certeza que, num dos acórdãos que li, pelo menos 70 das 120 páginas (Leiria-Belenenses) eram a justificar a utilização das escutas num processo disciplinar. Com abundantíssimas citações (70 ou 80) de autores, muitos deles estrangeiros. Não é fácil, de facto, conseguir justificar a utilização das certidões (medida polémica do próprio Ministério Público, segundo alguns pensadores do Direito). Será um dos pontos mais fracos do caso que o podem deitar mesmo por terra?

    - Se havia um sistema, como é que na maior parte dos casos a coacção ou a tentativa de corrupção nunca davam os resultados pretendidos? Dos oito ou nove jogos que já vi, só um (famoso Boavista-Alverca, que teve um prolongamento de sete minutos, durante os quais o Boavista deu a volta ao resultado ganhando 2-1) é que teve um resultado de acordo com o pretendido. Creio que nenhum dos outros teve o resultado que as acções de alguns dirigentes reclamavam. O sistema era fraco ou, como penso, os árbitros são afinal, na esmagadora maioria, sérios?

    - Dá-se como provado que o árbitro Augusto Duarte recebeu 2500 euros de Pinto da Costa. Creio que seria falta suficiente que aquele se deslocasse à casa do presidente do FC Porto dois dias antes do jogo para que houvesse uma sanção (como disse acima). Mas - em mais um jogo em que a tentativa de corrupção não teve efeitos (Beira-Mar-FCPorto, 0-0) -, como é que se chega àquela conclusão apenas por que o diz Carolina Salgado, uma testemunha mais do que duvidosa?

    - É um bocadinho antipático que em quase todos os acórdãos a CD diga que os regulamentos estão mal feitos e assim não permitem punir comportamentos que deviam ser sancionados. Porque, se fosse assim uma coisa tão evidente, a CD já tinha tido tempo, na época passada, para os mudar, não é?


  • E ainda ficaram algumas perguntas por fazer:
    1- Se todos os castigos tiveram a ver, ou com mentiras ditas por Carolina Salgado ou com escutas, porque razão as escutas em que Luís Filipe Vieira e João Rodrigues foram apanhados a pedir árbitros para o Benfica, não foram usadas para que eles e o clube do regime também fossem castigados?
    2- Será que o senhor Ricardo Costa não estava interessado em castigar quem o meteu dentro da Liga?
    3- E porque razão Maria José Morgado fez de conta que essas escutas não existiam quando tinha matéria mais que suficiente para levar os três benfiquistas a tribunal?
    4- A Magistrada de Lisboa recebeu ordens de quem? De Pinto Monteiro? Do marido? Do Correio da Manhã? De Luís Filipe Veira?
  • 3 comentários:

    Anónimo disse...

    «MESMO HOSTILIZADOS CONTINUAREMOS A GANHAR»
    Há-de haver tetra e talvez penta, doa a quem doer, contra tudo e contra todos.



    «Só ganhando se cala os adversários»



    «A única forma de sermos respeitados é ganhar, ganhar sempre, ganhar tudo. Lutamos permanentemente contra uma imprensa hostil, temos sempre pela frente um País que tem dificuldade em perceber e aceitar por que razão ganhamos tanto, mas vamos continuar a ganhar.»

    «Temos ganho muito, ganho com tanta clareza, e é isto: dúvidas, desconfianças, acusações. Ganhamos, e muita gente não gosta, mas vamos continuar a ganhar, porque é a única forma de nos defendermos dos ataques ao nosso mérito. Sei que vem aí mais um ano difícil, mas também sei que vamos ganhar ainda mais, sei que os ataques se vão acentuar, que as dificuldades vão aumentar, mas se não formos campeões por 20 pontos, ganharemos por dez, mas ganharemos. Há tanta paixão no nosso clube e nos nossos adeptos que só podemos continuar a ganhar, por mais hostilizados que sejamos.»

    «Podem ter a certeza de que vamos continuar por cima, prometo-vos outra equipa de carácter, a jogar bem. Isso só se atinge com trabalho e mais trabalho, por muito que nos tentem atingir de todas as formas.»

    «É impossível estar indiferente no FC Porto, coração e paixão é o que fica com quem passa por esta casa, passa-se rápido de bestial a besta, mas nesta casa somos mais qualquer coisa porque também nos dão mais qualquer coisa. Acreditem, pois, que a motivação é sempre grande, haja o que houver. E acreditem também que continuaremos a ganhar.»

    MestreJesualdo entre portistas "Americanos"

    Anónimo disse...

    O "CSI" Calabote, doblog POBODONORTE, está imperdivel.

    Anónimo disse...

    Alvaro, a Maria José Morgado não ligou às escutas de Luis Filipe Vieira, porque ouviu-as quando a Paulo Rêgo lhe pintava os olhos, o que acontece todos os dias.

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