Ainda a não transmissão do jogo da supertaça pela RTP

Comentário

Por Francisco J. Marques
JN

A transmissão em canal fechado da final da Supertaça entre o F. C. Porto e o Valência ilustra o despudor a que chegou o negócio televisivo em Portugal, com a complacência e a cumplicidade do Governo.

O que diz a lei, assinada pelo punho do ministro Morais Sarmento, é que são consideradas de interesse público generalizado as finais das provas de clubes organizadas pela UEFA, como são os casos da Liga dos Campeões, da Taça UEFA e da Supertaça europeia. Ou seja, independentemente do nome ou da nacionalidade dos clubes envolvidos, a final da Supertaça tem de ter transmissão em canal aberto. De resto, como tem acontecido sempre. Como aconteceu no ano passado, com o mesmo F. C. Porto, ou nos anos anteriores, sem qualquer clube português. Este ano, pela primeira vez, uma final europeia com um clube nacional não terá transmissão para todos os portugueses. Vai ter sim, para os que têm dinheiro para pagar a assinatura da SportTV, que como se sabe não é assim tão em conta. E o que dizer da explicação da RTP? Vai agora perguntar à UEFA se o jogo é oficial... Não é não, é solteiros contra casados.

De que serve ter um ministro que assina as leis e depois não as faz cumprir? Para nada, obviamente. Morais Sarmento tem agora a palavra.