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01/05/09

Defender a entidade patronal no dia do trabalhador

  • Durante anos, os sindicatos franceses exigiram uma lei que diminuisse o tempo de trabalho semanal pensando que, dessa maneira, podiam favorecer os trabalhadores e criar mais postos de trabalho. A ideia não éra má e, em 1997/98, o governo socialista fez-lhes a vontade com a chamada lei das 35 horas.

    Nos anos seguintes foram criados cerca de 350 mil novos empregos mas a lei não agradava a todos. Porque, ao contrário do que os sindicatos imaginavam, muitos trabalhadores ficaram a produzir o mesmo em menos tempo. Ou seja, trabalhavam mais e recebiam menos porque viram os contratos serem renovados para meio tempo e tempo parcial. Muitos deles viram mesmo as suas empresas "fugir" para o estrangeiro principalmente para países do leste da europa onde os trabalhadores produzem mais por muito menos dinheiro.

    Conclusão: Bastaram meia duzia de anos para o interesse na lei mudar radicalmente e hoje serão poucos os que têm saudades das 35 horas.

  • Com os clubes da liga portuguesa e os seus trabalhadores/jogadores pode acontecer algo parecido mas, ao contrário do que aconteceu em França, o problema pode ser a recusa dos clubes em aceitarem a lei.

    Herminio Loureiro vai propor a perda de pontos a quem tiver salários em atraso. Mas como o presidente da Liga tem feito guerra a alguns clubes e beneficiado outros em várias situações, poderá ser castigado pelos erros que tem cometido.

    O JN diz que a Liga ficará em xeque caso a proposta não seja aprovada. Talvez, mas tenho a impressão que os únicos que ficarão em xeque serão os clubes que todos os meses vão cumprindo com as suas obrigações porque Herminio Loureiro e o resto da direcção não deverão querer perder o tacho que têm. Já os clubes incumpridores vão rir à gargalhada e acreditar ainda mais que o crime compensa.

    Francamente não me lembro de alguma vez ter estado de acordo com esta direcção da Liga. No entanto, desta vez acredito que a proposta pode ser útil ao futebol português, principalmente por dar aos clubes o que muitos adeptos e jornalistas não aceitam: algum tempo, não muito, para poderem pagar aos seus trabalhadores.

    Vamos dar o exemplo dos jogadores do Estrela. Neste momento têm varios meses de salários em atraso e, tirando o próprio clube e o Benfica, mais ninguém tem lucrado com isso. No entanto, os jogadores e os concorrentes directos têm sido bastante prejudicados, uns por não receberem e outros por verem à frente deles um clube que não cumpre com as suas obrigações.

    Com a nova lei já não será assim porque, ao fim de três meses de salários em atraso, o Estrela começará a descer na tabela classificativa. E como os seus dirigentes não estão interessados em que isso aconteça vão ser obrigados a pagar o que devem.

    Dizem que três meses é muito, até porque normalmente serão sempre quatro, mas a Liga faz bem em dar um prazo, que eu considero justo, porque se alguns clubes já têm medo desta proposta, imaginem como seria se o prazo fosse ainda mais curto.
  • 1 comentário:

    dragao vila pouca disse...

    Eu também acho que isto dos salários em atraso é cancro que desvirtua a verdade desportiva. Um jogador com vários meses sem receber pode entar em desespero e ser capaz de tudo...

    Mas o Hermínio, já está há vários anos na Liga e só agora despertou para uma realidade que tem barbas? Pois é, antes estava preocupado com o Apito para agradar aos 6 milhões, que afinal são só 2,3.

    Um abraço

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