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06/11/10

Já nem a Uefa pode controlar os jogadores do Benfica?

O controlo antidoping esteve no Seixal a controlar os jogadores do Benfica. E algo que devia merecer aplausos, deu direito a muitas vozes de protesto, com a ajuda da comunicação social portuguesa, sempre pronta a apoiar o clube do regime.

Da primeira página do jornal A Bola:
“Três dias antes do clássico [FC Porto–Benfica] ‘Vampiros’ atacam no Benfica”

Vampiros. Claro está que, perante tamanha pressão, os membros da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADOP) viram-se obrigados a emitir um comunicado antes que fossem obrigados a pedir a demissão, em que esclarecem que o controlo antidoping é responsabilidade da UEFA.

Ufa, parece que já se safaram desta!

Enfim, depois de uns anos, entre 2007 e 2009, em que tiveram liberdade para controlar os atletas do Benfica (com bons resultados), neste momento os médicos da ADOP cagam-se todos quando o assunto tem a ver com o clube do regime.

E mesmo Domingos Gomes, membro da Unidade de Controlo Anti-Doping da UEFA, viu-se obrigado a explicar tal «afronta».
«Não sei a razão, há um grupo restrito de três ou quatro pessoas que tomam a decisão em relação ao clube a visitar e ao momento da recolha. Sei apenas que pode abranger entre sete e dez jogadores e não é obrigatório sorteá-los»

Para os lados da Luz não gostam de controlos. Será que lhes fazem lembrar o Nuno Assis?

Do DN:
Justiça desportiva.
Apesar de obrigatórios por lei, os inquéritos para determinar o envolvimento do clube e do departamento médico no caso de 'doping' só foram abertos dois anos depois, após o DN ter solicitado várias vezes acesso às conclusões.

Foi em Janeiro de 2007 que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) colocou um ponto final a um dos casos de doping mais polémicos em Portugal, suspendendo Nuno Assis, na altura jogador do Benfica, por um ano. Derrotado, o clube da Luz recorreu para o Supremo Tribunal suíço, mas voltou a perder. Tendo o caso sido encerrado com uma condenação, este deveria de imediato ter dado origem a inquéritos para determinar qual a responsabilidade da SAD encarnada e do seu staff no caso de dopagem, mas a justiça do futebol português não o fez: a notificação oficial para actualizar o registo disciplinar do jogador só foi enviada à Liga de Clubes (LPFP), pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em 2009; Nuno Assis não continuou a jogar nas provas internas apenas porque o Benfica cumpriu a sanção, já que formalmente a Liga não o podia impedir.

O Decreto-Lei nº 183/97, que na altura regulava o combate ao doping em Portugal, diz que um teste positivo "determina automaticamente a abertura de inquérito" para averiguar um eventual "envolvimento e o grau de responsabilidade" do pessoal de apoio ao atleta, inclusive funcionários e dirigentes dos clubes/equipas.

Se a lei tivesse sido cumprida na altura, deveriam ter sido investigados "médicos, paramédicos e técnicos" que acompanhavam "directamente a carreira desportiva" do atleta, assim como "todos os agentes desportivos" que mantinham com o jogador "uma relação particularmente estreita, nomeadamente de superintendência, de orientação ou de apoio".

Como o Benfica é um clube profissional, a entidade competente para investigar seria a Comissão Disciplinar (CD) da Liga, o mesmo órgão que em 2006 tomou a primeira decisão sobre o caso Nuno Assis, aplicando uma suspensão de seis meses. Mas a CD não avançou com os inquéritos ao Benfica. Aguardou que a FPF reconhecesse formalmente que o acórdão do seu Conselho de Justiça (CJ), que arquivara o caso, tinha sido revogado pela resolução do TAS.

O TAS comunicou a sua decisão às partes envolvidas - FPF, Benfica, Nuno Assis e Agência Mundial Antidopagem - a 4 de Janeiro de 2007 e publicou o acórdão a 24 de Janeiro. A nota formal da FPF devia ter sido enviada de imediato para a Liga, mas isso só aconteceu a 17 de Março de 2009, mais de dois anos depois do acórdão arbitral e semanas depois de o DN ter pedido várias vezes o acesso às conclusões dos inquéritos, obrigatório por lei, sem saber que estes não tinham sido realizados.

Três dias depois de a FPF ter emitido a nota formal, a CD da Liga instaurou os dois inquéritos, ambos fechados e arquivados a 19 de Junho deste ano. Um por "não se terem revelado indícios de responsabilidade disciplinar do 'pessoal de apoio ao praticante desportivo'", o outro por "não se ter demonstrado a culpa da sociedade desportiva acusada". Ou seja, o Benfica.

A nível formal, para a CD da Liga, "até 12 de Março de 2009 era a absolvição transitada em julgado [decretada pelo Conselho de Justiça] que constava do 'cadastro disciplinar' do atleta para a época 2006/07". Apenas com a nota da FPF, sobre o acórdão do TAS, a Liga considerou revogada a decisão do CJ, o registo do actual jogador do Vitória de Guimarães foi actualizado e foram abertos os inquéritos à SAD do Benfica e ao seu pessoal médico e técnico.


Por falar em jogadores do Benfica, alguém pode dizer com certeza absoluta de que morreu o húngaro Miklos Fehér?

Mudando um pouco de assunto, esta semana li uma entrevista antiga do Eusébio em que o jogador diz que apenas foi expulso uma vez na carreira e que o juizo do árbitro tinha sido de tal maneira injusto que nunca chegou a ser castigado. E ri. Se agora os jogadores do Benfica nunca são castigados pela (in)justiça desportiva porque razão haviam de ser castigados nos gloriosos tempos da ditadura salazarista?

Voltando ao controlo surpresa, será que os dirigentes e adeptos do Benfica revoltaram-se porque se lembraram dos jogadores de râguebi, basquetebol, andebol...e sei lá que mais, que também foram apanhados nas semanas seguintes?

Ou os ciclistas que eles doparam têm algo a ver com as reacções exageradas que assistimos esta semana?

Do jornal O Jogo em 2008:
Benfica viu recusado wild card da UCI

A equipa do Benfica viu recusada pela UCI (União Ciclista Internacional) o "wild card" que lhe permitiria, como equipa Continental, disputar esta época algumas provas do calendário ProTour. A ausência de resultados desportivos, a presença na equipa de Ruben Plaza (indiciado na Operação Puerto) e recentes casos de doping envolvendo ciclistas do clube da Luz terão estado na origem do "não" da UCI.


Enfim, voltando às explicações de Domingos Gomes, já todos sabiamos que a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADOP) estava proibida de controlar os jogadores do Benfica, mas quererem proibir também a Uefa é algo novo.

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