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30/06/12

Porque hoje é sábado...A carta que envergonha Alice Rios

(Este texto foi escrito antes do Portugal-Espanha)

A carta que me envergonha

(..) O que me envergonha, em termos de Euro 2012, são aspetos de uma campanha publicitária ignóbil, lançada no âmbito da operação “Vamos lá, Portugal”. Refiro-me à “Carta à Seleção“, cujo teor demonstra bem até que ponto chegou a desordem de valores.

Um adolescente, que dá pelo nome de Guilherme, lê aos jogadores a sua carta, em que diz o seguinte:
“Eu quero ser médico ou biólogo e gostava de trabalhar em Portugal, mas só fico se valer a pena. É ai que vocês entram. Vocês têm nos pés uma oportunidade que os nossos médicos, advogados e políticos nunca terão nas mãos. Vocês têm a possibilidade de mudar em campo a opinião que o mundo tem de nós. De mostrar que não somos fracos e preguiçosos, mas que sempre fomos e continuamos a ser um povo honesto e trabalhador (…)”

Num outro capítulo da campanha, assente nos mesmos pressupostos, são atores e cientistas que se dirigem à seleção, incumbindo-os da mesma tarefa: limpar a imagem de Portugal no exterior e recuperar o respeito internacional.

Como cidadã portuguesa, fere-me fundo o oportunismo saloio desta estratégia de marketing.

É óbvio que processos como os da pedofilia, da Euroárea e Face Oculta não projetam boa imagem do pais no exterior e o mesmo acontece quando se fala de corrupção na esfera do poder e de negócios ruinosos como os do BPN e parcerias público-privadas, com que já hipotecámos as gerações dos nossos filhos e dos nossos netos. E o que dirão os estrangeiros de um país paupérrimo cuja Presidência apresenta contas superiores à da Coroa espanhola? E da impunidade reinante?

Não restam dúvidas de que somos mal-vistos no estrangeiro, mas os craques da seleção não são tira-nódoas, nem detergente. Peçam-no aos responsáveis pela situação. Por exemplo, a Dias Loureiro, que deixaram fugir e que vem agora contar, despudoradamente, num canal televisivo, o quanto “ganhou” nos 4 anos de BPN.

Eu sinto vergonha pelo envolvimento oportunista da seleção, num momento em que o mundo está de olhos postos nela.

Alice Rios escreve segundo o novo acordo ortográfico

Alice Rios

Nasceu em 1951 em Santa Maria de Lamas. É jornalista, tendo-se destacado no "Jornal de Notícias" e no jornalismo de moda. Publica os primeiros textos (crónicas, poemas) na década de 1970 em jornais e revistas. "Famílias Tradicionais do Porto" (2008) é a sua primeira obra literária. Em Junho de 2009, estreia-se na escrita para a infância, com "Os Borlububos e os Sem-Abrigo" e, no final do ano, publica o segundo tomo de "Famílias Tradicionais do Porto". Em 2010, apresenta uma nova história para a infância: "Os Borlububos e a Dança das Letras". Vive no Porto.
http://porto24.pt/

2 comentários:

Fluvial100 disse...

Todas as vezes que o puto se apresentava a vomitar tais disparates, com os olhares lânguidos dos académicos do "chuto", mudava de canal. Qual será o futuro deste adolescente? Será que alguma vez irá pedir responsabilidades (quando for homenzinho) a quem o autorizou a praticar tal lástima?

Toupeira disse...

É o Portugal dos pequeninos...

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