O que eles escrevem...

Parece-me que, depois de um "Apito Dourado" a nível criminal, deveria existir outro, a nível fiscal, para apurar como é que é possível que, neste país que anda de calças nas mãos, pontapeadores de bolas arrecadem mensalmente aquilo que um outro trabalhador aufere em alguns anos, e onde é que os clubes (alíás quase todos em falência técnica) vão buscar o dinheiro para sustentar esta completa insanidade.
SA no JN

O presidente do Benfica espraiou-se em mais uma diatribe de mau gosto ao reagir à suspensão de Nuno Assis por doping – decretada por um tribunal desportivo internacional. Lançou acusações ao secretário de Estado do Desporto como se estivesse a dirigir-se a um arruaceiro numa tasca. Inacreditável. Tanto mais que foi a forma desastrada, num misto de fanfarronice e irresponsabilidade, como ele e o Benfica dirigiram este processo que acabou por reabrir o caso e agravar a pena do jogador.
JAL no Sol

Confesso que a imagem que tenho da pessoa em causa não coincide exactamente com a da maioria.
Fisicamente, Maria José Morgado surge-me como uma personagem de teatro, saída de uma peça em cena em Montmartre. Depois, não consigo ler-lhe o interior, acho-a misteriosa e opaca. Finalmente, contradiz a ideia que eu tinha da Jus-tiça. A ideia que formei dos magistrados foi a de pessoas rectas, equilibradas, que não fazem acusações sem provas e não lançam suspeitas de forma generalizada.
Ora, em várias intervenções na televisão, vi Maria José Morgado lançar suspeitas sobre os dirigentes do futebol ou os presidentes das câmaras sem sentir necessidade de as fundamentar. Sempre que lhe pediam para concretizar o que dizia, fazia aquela expressão irónica e sofrida que é tão sua, encolhia os ombros – e não abria a boca.

Ora – interrogava-me eu – como é possível uma pessoa com formação jurídica fazer afirmações que deixam muita gente sob suspeita sem as concretizar? Dizer que há corrupção no futebol, qualquer de nós o pode fazer; mas dizê-lo uma magistrada tem um alcance diferente – pelo que nunca deveria fazê-lo de forma vaga e difusa, lançando lama sobre muita gente.
JAS no Sol