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08/03/08

O ditador Saldanha Sanches.

Os mais velhos como eu ainda se lembram de como éram fáceis as condenações de inocentes durante o regime de Salazar. Bastava uma pessoa não gostar de outra, um telefonema, uma carta ou uma simples conversa de café entre dois amigos, a pessoa em causa éra levada para interrogatório e depois de umas horitas de bons e gloriosos "conselhos" até éra capaz de pagar para assinar a sua própria confissão.

Hoje em dia passamos da ditadura de Salazar para a ditadura dos jornais e televisões que, debaixo do direito à informação que 25 de Abril lhes deu, vão condenando aqueles que ainda lhes fazem frente. É diferente mas não é melhor. Basta que alguém sem escrupulos escreva um artigo com a intenção de ofender a «honra, reputação, consideração e imagem» de outra pessoa, esse artigo é comentado em tudo o que é jornal e televisão para que não exista uma alma em Portugal que ainda não tenha conhecimento dele e a acusação está feita.

Como os exemplos de pessoas que foram acusadas na praça pública são mais que as mães, podia estar o dia todo a escrever nomes e casos que muitos seriam esquecidos. Decidi escolher um que vem no SOL: O de Celeste Cardona.

Há cinco anos atrás, a senhora foi acusada num artigo do Expresso de ter sido nomeada ministra da justiça para proteger Paulo Portas, no julgamento do caso da Universidade Moderna. Celeste Cardona negou sempre a acusação mas de nada lhe valeu. Tinha acabado de ser condenada na praça pública e por sentir que estava a ser «ofendida, repetida e injustamente», resolveu meter o autor do artigo em tribunal.

O processo transitou em julgado na semana passada, cinco anos depois da acção interposta por Celeste Cardona e a pessoa que a acusou foi condenada ao pagamento de 1500 euros. Uma ninharia para tanto sofrimento mas como disse a ex. ministra, «até podia ser um cêntimo. A justiça mede-se pela censura do comportamento, não pelo dinheiro». Lamenta, porém, que «cinco anos, uma decisão judicial e uma indemnização não alteram a história e não apagam o sofrimento».

Quanto ao autor do artigo, Saldanha Sanches, ficou contente com a decisão do tribunal. «Concordo com a avaliação que foi feita pelo tribunal aos danos causados à honra da ministra». Pois, o problema é que, como este e outros ataques que ele vai fazendo na imprensa não lhe causam danos na consciência dele, vamos sendo obrigados a gramar a ditadura do fiscalista de Luís Filipe Vieira. Até quando?

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