Estamos entregues aos bichos

A febre da equipa de Scolari que se apoderou de Portugal e da maioria dos portugueses na Suíça (até da minha familia), fez parar os ataques a Pinto da Costa e ao FC Porto durante uns quatro ou cinco dias. Uma eternidade para os anti-portistas que vivem para nos criticar e criticam-nos para viver.

O problema é que nos próximos dias vão acontecer decisões importantes para o futuro de Pinto da Costa e do FC Porto e está na hora de voltar a fazer pressão.

Não admira portanto que a CD da Liga volte à carga para dizer que não precisa das escutas para acusar Pinto da Costa, embora tenha a certeza que elas são legais. E apontam o constitucionalista Vital Moreira que, para eles, deve perceber mais da poda que os constitucionalistas Costa Andrade e Damião da Cunha, entre outros, que dizem exactamente o contrário.

"No processo que envolve o árbitro Augusto Duarte, o encontro entre este o empresário António Araújo e Pinto da Costa foi testemunhado por inspectores da PJ, tendo todos confessado este facto relativo ao jogo FC Porto-Leiria. As escutas são, pois, consideradas insignificantes para a prova."

FC Porto-Leiria ou Beira-Mar-FC Porto?
Reparem nisto: "...tendo todos confessado este facto". Quer dizer, as três pessoas em causa não disseram a verdade quando foram questionados, confessaram. Como se tivessem algo a esconder. O problema é que encontros entre amigos acontecem todos os dias, em casa de Pinto da Costa, no restaurante O Sapo, no Calor da Noite, ou nos Hóteis de Lisboa. Não são proibidos, nem as pessoas precisam de confessar, mesmo quando agridem jornalistas.

Outro jogo...

"Já no processo que envolve Jacinto Paixão, independentemente das escutas, as prostitutas têm depoimentos concretos a confirmar os encontros nos hotéis com os árbitros do jogo FCPorto-Estrela da Amadora. Também Carolina Salgado confirma que Pinto da Costa se teria encontrado com António Araújo."

É uma quantidade de provas. Prostitutas que dizem que foderam com Jacinto Paixão mas não sabem quem pagou e...Carolina Salgado que garante que Pinto da Costa é culpado porque ela diz. E ponto final porque a palavra da madame é sagrada.

Mas não é. Aliás, com as antecedentes que essa senhora tem a palavra dela vale menos do que a de Pinto da Costa.

Escreveu João Miguel Tavares no DN:

Com estes olhos que a terra há-de comer, vi demasiada gente, com demasiada responsabilidade, pôr em causa a credibilidade de Carolina Salgado com base num único argumento: como acreditar na palavra de alguém com o seu "passado"?.

Está a referir-se ao passado ligado à prostituíção. Só que JMT está a tentar fazer-nos de parvos quando vem com a desculpa da prostituíção porque o passado que está em causa tem mais a ver com outras questões como ele está farto de saber.

Só na famosa história do envelope que, segundo ela, terá sido dado por Pinto da Costa a Augusto Duarte, existem três versões diferentes relatadas por Carolina.

Mas também existem dois livros, um escrito pela professora Maria Fernanda de Freitas e outro, completamente diferente, pela jornalista Leonor Pinhão. Reuniões com Luís Filipe Vieira, dinheiro oferecido por este, treino dado por elementos da PJ...

Apenas isto já seria o suficiente para que qualquer tribunal isento tirasse a essa senhora a importância que lhe foi dada por Maria José Morgado, mas também existe o passado criminoso de Carolina Salgado.

Um passado de roubos (um quadro foi mesmo parar a casa de Luís Filipe Vieira), incêndios nos escritórios de Pinto da Costa e do advogado Lourenço Pinto, mentiras e videos. Como o que (nunca) podia existir no processo da agressão a Ricardo Bexiga.