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20/03/09

Recordar é viver...

Recordar é viver, e por vezes quando recordamos, sentimos que aquilo que pensávamos não só corresponde à realidade, como desmente mitos e mentiras entretanto criadas e que se procura se venham a tornar verdade, perdurando assim nas mentes mais desprevenidas e ignorantes.

Ontem à noite, enquanto jantava após mais um fatigante dia, nada melhor do que, ao fazer zapping, tropeçar na RTP Memória. Estavam as magníficas camisolas azuis-e-brancas em campo... e que equipa... que jogadores. «Não mudo mais de canal!!»

Não apanhei desde o início, mas a segunda coisa que me desperta a atenção é a voz do relatador (benfiquista seguramente, mas com um estranho e raro discernimento), dizia ele que o FCP mandava no jogo, controlava a seu bel-prazer.

Não muito mais tarde apercebi-me de que jogo se tratava... 2-3, e penso não ser preciso dizer muito mais para os portistas que recordam os resultados do FCP.

Que equipa... recordo que o FCP chegou aquele jogo da 26ª ou 28 ª jornada com 4 (QUATRO) golos sofridos!! Treinador, Carlos Alberto Silva... dava-se ao luxo de manter no banco jogadores como o Domingos, o Timofte, o Zé Carlos... Em campo jogadores como Jaime Magalhães, João Pinto, Fernando Couto, Aloísio, Rui Filipe, Kostadinov, Baía... E repare-se durante quantos anos o FCP conseguiu manter a mesma estrutura de jogadores, com poucas mexidas, sendo que os que iam entrando não eram para fazer número, pois esses limitavam-se a ficar na bancada.

Aqui se vê porque é que a superioridade do FCP se foi cimentando ao longo dos anos 90, culminando no Penta.

Voltando ao jogo, viamos um FCP a jogar no estádio do adversário com um à vontade desconcertante... o Baía acaba por sofrer 2 golos, e de resto só teve de se aplicar em 1 cruzamente e numa saída... de resto podia ter levado uma espreguiçadeira e o protector solar. Uma segurança defensiva impressionante e uma capacidade do meio-campo em trocar a bola fantástica. Jogo ao primeiro toque, colocando o adversário à procura da bola. PAra mais, o FCP saia 90% das vezes a jogar desde trás (ao contrário dos dias de hoje, em que invariavelmente sai pontapé para a frente), e qualquer jogador tinha essa capacidade, fosse ele o André, o Rui Filipe, o João Pinto. Depois a capacidade de luta... todos os jogadores em campo possuiam aquela atitude à FCP (tirando talvez o Kostadinov, que nos jogos grandes por vezes não tinha a mesma atitude guerreira). Fantástico ver como o FCP vencia invariavelmente as bolas divididas, fazia muitas vezes com sucesso o 2x1, e fazia as faltas no momento e lugares certos.
Via-se ali muito trabalho, também ao nível dos lances de faltas e cantos, com grandes especialistas. Em campo jogadores como o Jaime Magalhães, Fernando Couto, Paulo Pereira e mesmo o João Pinto tornavam os livres e cantos em jogadas quase sempre perigosas, e ainda faltava lá dentro o Timofte ou o Zé Carlos!!

O adversário?? Esse, coitado, limitava-se a jogar o que o deixavam. Apesar de estar obrigado a vencer, mais não conseguia do que aguentar-se. Tirando o Yuran, o Thern e pouco mais, não passava de uma equipa banal com jogadores banais. Simplesmente apoiada por um estádio que tentava intimidar o árbitro e seus assistentes, o que lhes dava mais alguma margem. Logo na 1ª parte Veloso e Rui Bento teriam vindo para a rua com acumulação de amarelos... mas não o Veloso lá se aguentou até final, apesar de ter distribuido porrada a torto-e-a-direito, com n faltas e quase todas merecedoras de cartão. O Rui Bento lá foi mais cedo para o banho, mas porque derrubou o Rui Filipe que se encontrava isolado.
Mas até para rir dava... ver o público vermelho em uníssono a chamar gatuno ao árbitro, depois de ter perdoado cartões e faltas a jogadores da própria equipa!! Ver objectos a cair no relvado constantemente durante o jogo. Ele eram garrafas, latas, laranjas, enfim... era de tudo. E o público na sua cegueira a pensar que a sua equipa era a maior e que o árbitro os prejudicava a eles.

Não admira portanto, que, com tal cegueira, insistam que naqueles anos eram os maiores, os mais bem comportados, e os mais perseguidos pelas arbitragens!!

Era precisamente o contrário... e contra factos não há argumentos!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro amigo, a ficha desse jogo...


27º Benfica 2 Porto 3

22/4/1992

Vítor Baía; João Pinto, Aloísio, Fernando Couto, Paulo Pereira; André, Jorge Couto (66´Timofte), Rui Filipe, Jaime Magalhães (87´exp.); Kostadinov e Tozé (59´Domingos)

João Pinto 64´g.p.
74´
Kostadinov 84´
85´
Timofte 89´

Loucos os últimos minutos da partida... e uma grande emoção e orgulho pela (mais uma) vitória naquele covil de ódio saloio...

Um abraço,


Rogério Paulo Ameida

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