Lição a grande velocidade

Os advogados da FIA examinaram a ameaça da FOTA [Associação de Equipas] de criar um campeonato alternativo. As acções da FOTA em geral, e da Ferrari em particular, representam uma séria violação da lei, incluindo uma interferência intencional com relações contratuais, uma brecha directa das obrigações legais da Ferrari e uma grave da lei da concorrência

Foram oito, as equipas que se mostraram dispostas a abandonar a F1 e a realizar um campeonato alternativo. E por isso a Federação Internacional do Automóvel (FIA) já ameaçou que as vai processar “sem demoras”. Até porque McLaren-Mercedes, BMW Sauber, Renault, Toyota, Brawn GP, Ferrari, Red Bull e Toro Rosso, tem um enorme peso desportivo e financeiro que pode acabar com a F1 tal como a conhecemos e a FIA não está disposta a perder o poder que tem.

Como percebo pouco de F1, apenas sei reconhecer as equipas e os pilotos e pouco mais, não vou estar para aqui a dar palpites sobre quem vai vencer esta guerra. Porque não faço a minima ideia. Está muita coisa em jogo (a F1 pode perder mais de 1,4 mil milhões de euros com o abandono das equipas) e ambas as partes têm muitos argumentos que vão usar quando chegar o momento oportuno.

Mas posso dizer quem apoio: as oito equipas, claro.

Porque foram elas que fizeram a F1. Mas também porque o que juridicamente ficar resolvido no final desta guerra pode ajudar a que se façam outras guerras em outros desportos. No futebol por exemplo.

Tal como a FIA, a UEFA e a FIFA também são um ninho de pequenos ditadores que não conseguem ouvir os dirigentes dos clubes. E infelizmente vai continuar a ser assim. Pelo menos até ao dia em que os principais clubes do velho continente se lembrem de fazer um campeonato alternativo.