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23/11/07

"As escolhas da Selecção"


Critiquei os assobios de Leiria porque, como aqui escrevi, não ajudaram os jogadores, antes pelo contrário. E, erradamente, cheguei a escrever que aquelas gentes não gostavam de futebol, dando como exemplo os jogos em casa da U.Leiria.

No entanto, existe pelo menos uma pessoa neste Portugal dos pequeninos, que teve um discurso ainda mais fundamentalista que o meu.

Vítor Serpa, jornalista d'A Bola e ferrenho leitor das crónicas de Leonor Pinhão, usou os assobios de Leiria para, no dia anterior ao jogo do Dragão, pedir na biblia do Benfica que a selecção volte a jogar apenas na capital do império. Porque, embora diga que não a quer retirar do "país real", também não a quer ver por lá, já que, "nos jogos de competição a doer, o essencial interesse da Selecção", deve estar sempre em primeiro lugar. E depois vai mais longe quando escreve que "curiosamente, o jogo de amanhã, no Dragão, também deixa em aberto algumas expectativas. O histórico desaconselharia tal escolha. Não pelos mesmos motivos dos de Leiria, mas porque, em boa verdade, é impossível saber se os portistas já tudo esqueceram e perdoaram. Para bem da Selecção, espera-se que sim."

Infelizmente, sim, diria eu. Mas, começando pelo estádio, tenho a certeza que o último jogo apenas aconteceu no Dragão por manifesta infelicidade dos responsáveis da FPF que contavam chegar ao Porto com o passaporte garantido. E não fossem os pontos perdidos na capital do império, frente à Polónia e Sérvia, tal teria mesmo acontecido.
Quanto aos portistas que assistiram ao jogo, infelizmente, volto a repetir infelizmente, a maioria já esqueceu e perdoou Scolari. E esse não joga, sabe apenas dar um murros, criticar os árbitros, virar as costas aos jornalistas e criticar as gentes do Norte. Ou criticava. Porque há males que vêm por bem, e com a recepção que recebeu, Scolari foi obrigado a reconhecer que "o público do dragão foi o melhor dos últimos três anos". Claro. Finalmente viu que foi enganado este tempo todo por quem detesta o FC Porto e, com um jeitinho, ainda pedia desculpas públicas ao Vítor Baía. m

Por isso, e brincando um pouco com as palavras do senhor Vítor Serpa, apetece-me escrever que tem havido uma política de centralização que, aliás, o JN denunciou há umas semanas atrás. E as coisas até nem têm corrido bem, como aconteceu recentemente frente à Polónia e Sérvia. Sendo assim, e como o melhor público dos últimos três anos está no Porto, o histórico desaconselharia os estádios da capital do império, até porque, nos jogos de competição a doer, o essencial interesse da Selecção deve estar sempre em primeiro lugar. O que me leva à pergunta do dia: Não seria melhor que, no futuro, os jogos se realizassem todos no Estádio do Dragão? Pensem bem nisto, senhores da FPF. E já agora, pense também um pouco senhor Vítor Serpa.

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu, portista, declaro por minha honra que jamais perdoarei a Scolari pelas continuadas ofensas que fez ao FC Porto e pelas grosserias com que atinge os portugueses.
Quanto ao Serpa, está perdoado. À falta de tema - o que que lhe acontece muitas vezes - escreveu isto... Os seus horizontes jornalístios não vão além das putas do Bairro Alto, infelizmente.
A parolice não tem cura, acreditem!

Soldado Azul

Anónimo disse...

Scolari não merece perdão nem a honra de vir a treinar o Porto. É um imbecil que não merece nada!

condor disse...

Eu tambem não perdoo jamais esse filho da puta!Quanto ao lorpa do serpa o outro é que tem razão:de tanto esses lisboetas estarem concentrados a olhar para o próprio umbigo,quando levantam os olhos para o que se passa á sua volta veem tudo desfocado!

Anónimo disse...

sobre o scolari e o nosso clube acho que o texto do rui moreira que encontrei no forum diz tudo:



Memória de Dragão


O meu amigo Olímpio Bento apelou aos portistas para serem hospitaleiros com Scolari. Ora, o seleccionador foi sempre bem recebido nas Antas e no Dragão, apesar de não nos faltarem razões de queixa, porque foi ele quem assumiu a estratégia de confronto, certamente “bem aconselhado” a agradar a esse importante sector da opinião pública que vive consumido pelo revanchismo anti-portista. Mais tarde, aproveitou o clima que criou, em que a exclusão de Baía e a ignóbil provocação com a convocatória do seu segundo suplente foram apenas alguns dos episódios mais óbvios, para se fingir de vítima de uma cabala, acusando os jornalistas que questionaram as suas opções de estarem ao serviço das obscuras forças do Norte. Ignoro se a estratégia foi concertada com Madaíl, mas é óbvio que o ajudou a eximir-se às culpas do desastre na Coreia, que passou a ser visto como uma consequência dos diabólicos vícios dos jogadores portistas. Baía foi proscrito e a selecção foi depurada, tendo Scolari ignorado os jogadores do fabuloso FC Porto de Mourinho até perder com a Grécia na abertura do Europeu. Foi depois desse deplorável jogo que Scolari se viu obrigado a ceder ao “povão”, escalando essa equipa base que utilizaria até à final do torneio e, depois, no Mundial. Desde então, aliás, Scolari tem sido incapaz de montar uma nova equipa e foi por isso que, mesmo sem assobios, voltou a perder a cabeça, após o triste jogo com a Finlândia.

Ao contrário do que Olímpio Bento pensa, não há pois uma excessiva valorização do episódio Baía. Discordo, de resto, totalmente da sua análise desse caso, quando sugere que os motivos da sua exclusão não terão sido revelados por Scolari para proteger o bom nome do jogador. Bem pelo contrário, esse caso desmente as tão propaladas qualidades de liderança de Scolari. Se estava a cumprir ordens superiores e não as podia ou queria revelar para defender o jogador, bastaria ter dito que esta era uma das suas muitas e incompreensíveis opções técnicas. Como não o fez, e aproveitou a situação para exibir o seu autoritarismo, Scolari fomentou por omissão estas intoleráveis conjecturas e boatos de que o professor faz eco e que ainda pesam sobre um atleta extraordinário e de carácter.

Pela minha parte, não esqueço e nunca aceitarei que Scolari possa vir a ser, treinador do FC Porto, uma hipótese que Olímpio Bento coloca e que já ouvi admitido por gente responsável do clube mas que nunca será consentida pelos sócios e adeptos. Nem sequer por aqueles que lhe reconhecem competência.

Anónimo disse...

mais otices

Este é mais um caso tipico do centralismo português. Agravado pelo facto de que sai realmente caro, e prejudica gravemente uma região inteira em beneficio de outra.
A companhia aérea low-cost Ryan Air, no Porto ainda há poucos anos, tem 13 rotas directas do Porto. E pretende passar a ter uma base no Aeroporo de Pedras Rubras, o que traria um aumento enorme do número de rotas e passageiros.
O problema é que a ANA, a empresa pública que gere os aeroportos nacionais e que se prevê privatizada no "negócio da OTA", através das taxas praticadas, está a fazer todos os possíveis para impedir o Aeroporto do Porto de crescer, de crescer e muito, . 2+2 e percebemos que conflituam diversos interesses, de um lado os que gostam de boas rotas a bons preços e perto de casa, do outro, os que querem "um aeroporto para o país" e que querem obrigar tudo e todos a encher á viva força o actual Aeroporto da Portela e o futuro na Ota(?).
Só a Ryanair, é responsável actualmente por um milhão de passageiros, gerou mil postos de trabalho na região do grande Porto, transportou turistas que gastaram cerca de 125 milhóes de euros. É ainda uma grande responsável pelo aumento de 17% de passageiros do Aeroporto de Pedras Rubras. Isto enquanto a TAP trata os clientes do Porto como gente de segunda (eu já senti isso na pele), comportando-se como uma transportadora de e para a Portela.
Deixo algumas cusiosas frases Michael O'Leary:
-“As autoridades de Lisboa estão a bloquear um enorme crescimento do turismo”
-“Continuaremos a dialogar, mas as decisões são em Lisboa e não aqui ”
-“Não é uma questão de quem perde ou de quem ganha. Ambos podemos ganhar por ter mais tráfego”
-“O potencial de crescimento da Ryanair é aqui no Porto

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