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01/04/08

Está na altura do contra-ataque

  • Na segunda-feira, a administração da F.C. Porto – Futebol, SAD, emitiu um comunicado no site oficial do FC Porto no qual anuncia ter sido notificada pela LPFP de notas de culpa referentes a dois jogos da temporada 2003/04. Depois disso, nada.

    Entretanto, os nossos inimigos continuam a atacar-nos todos os dias na comunicação social. E ameaçam com perdas de pontos, descidas de divisão, suspensão do Presidente...E a Sad, nada. Assim como os adeptos portistas. Parece que se encantaram ao ver as nojentas capas dos recordistas da mentira. Do dia 1 de Abril, diga-se.

    Engraçado que aquilo que a mim me pareceu uma mentira própria deste dia, para muitos portistas foi algo normal e que já estavam à espera. Volto a recordar as notícias do dia: Perda de pontos, descida de divisão e a suspensão do Presidente. Tudo isto e mais alguma coisa que aí virá. E porquê? Porque uma puta foi paga para dizer umas mentiras que entretanto foram escritas por uma vaca e filmadas pelo marido da vaca. Tudo a mando de um presidente de um clube inimigo.

    Rica prova não é? Até parece que estamos no Irão ou na China.

    Meus amigos, já aqui disse e volto a repetir, não acredito nos tribunais portugueses. A maioria dos juízes são corruptos e os que não são andam com medo e nem tentam contrariar quem tem o poder. Também não acredito na CD da Liga. São pessoas que estão a mando de Luís Filipe Vieira e prontas a fazerem o que ele exige. Mas acredito nos tribunais estrangeiros. E na razão. E essa está do nosso lado.

    Sendo assim, estamos com medo de quê?

    - Será normal que alguns adeptos portistas, talvez intoxicados pela propaganda do regime, aceitem as capas dos jornais de hoje?
    - Será normal que a Sad esteja calada enquanto os nossos inimigos vão gritando vitória?
    - Será normal que a mesma Sad não contra-ataque e apresente provas?

    Como já aqui referi, tive a infelicidade de ter nascido lampião. Mudei de clube quando certo dia, ainda puto, fui às Antas ver o Benfica vencer o FC Porto. Aquele estádio, aquele público, aquela vontade de começar a vencer jogos e títulos...Nem imaginam como os fiquei a admirar! Mesmo na hora da derrota foram uns verdadeiros andrades, como se dizia na altura. Lembro-me de ver os humildes adeptos portistas baterem palmas aos seus jogadores no final do jogo.

    Uns dias depois, adoptei definitivamente o FC Porto quando vi, na televisão, Pinto da Costa a discursar qualquer coisa contra o sistema de Lisboa. Enfim alguém que dizia alto o que eu pensava baixo. Muito novo, talvez por ter sofrido com a repressão da Pide, fiquei a detestar as injustiças e as pessoas que se aproveitam delas para vencerem na vida. Não diz com o meu carácter. Por isso aceitei Pinto da Costa como o meu Presidente. Até hoje. Até sempre.

    Posso portanto criticar o seu afastamento (e o da Sad) de toda esta polémica.

    Eu, no lugar de Pinto da Costa, já tinha contra-atacado, não com todas as armas que tivesse à mão porque convém guardar as mais poderosas para apresentar no tribunal, mas com algumas. E dava ordens para que o site oficial do clube fosse o jornal e a televisão que Portugal não tem. Como? Apresentando crónicas e imagens dos jogos em que somos acusados e crónicas e imagens dos jogos em que fomos prejudicados. Assim como as crónicas e imagens dos jogos em que os nossos inimigos foram beneficiados. Todos os jogos seriam comentados por dois ou três ex. árbitros que seriam os peritos da verdade desportiva. O YouTube também podia servir para divulgarem os videos.

    Pinto da Costa já disse que estava a escrever um livro sobre o Apito Dourado para o "lançar" no fim do processo. Se assim for, será um erro. Um livro pode ter efeitos positivos mas apenas se aparecer antes do fim do processo. Depois é tarde.

    Não se esqueçam que a melhor defesa sempre foi o ataque.

  • "Zé do Boné" sempre actual

    As gentes do Porto são ordeiras porque, se não fossem, há muitos anos teriam recorrido à violência perante os enganos dos árbitros que têm decidido da perda de muitos campeonatos e Taças de Portugal.

    É tempo de acabar com a centralização de todos os poderes da capital.

    Jorge Nuno Pinto da Costa, para além de ser um cidadão respeitável, afirmou-se como um competentíssimo dirigente. A ele se deve, em grande parte, a projecção que o FC Porto atingiu, a nível nacional e europeu. O tempo há-de fazer-lhe justiça
    .
  • 13 comentários:

    mega disse...

    'amigo álvaro, acho que a passividade da comunidade tripeira existe porque todos temos a noção, que esta enooooorme montanha que se está a fazer vai, uma vez mais, parir um ratinho...

    em relação ao nosso presidente, é um senhor com muitos anos disto, que nos tem dado alegrias sem limites e que nos provou mais que uma vez que não dorme em serviço.. tenho para mim que quando ele começar a falar e apresentar provas vai ser algo para se acabar com todas as especulações duma vez por todas porque depois de ele contar o que sabe, poucas dúvidas hão-de persistir acerca dos verdadeiros mentirosos e mafiosos do panorama futebolístico português..

    vamos ter calma amigo álvaro, o nosso presidente sabe o que faz'

    Toupeira disse...

    Caro amigo espero bem que sim.

    Mas para quem, como eu, vive no estrangeiro e está habituado a ver o nosso clube ser conotado com grandes conquistas e agora tem de explicar aos suíços o porquê de toda esta palhaçada, é um bocado complicado.

    Até porque os adeptos suíços não estando habituados a sistemas mafiosos acreditam que se o FC Porto está ser acusado é porque tem culpas no cartório.

    Nós sabemos que não é bem assim mas eles que tem uma justiça que prefere deixar em liberdade um culpado que prender um inocente, não sabem.

    E é complicado explicar-lhes que em Portugal não existe justiça, que todos têm ódio ao FC Porto por ser um clube vencedor e não ser de Lisboa, que o Benfica é o clube do regime, que existe o Correio da Manhã, o Record, a Carolina, a Maria José Morgado, o Pinto Monteiro...É muito complicado!

    E entretanto a imagem do nosso clube no estrangeiro está a ser atacada.

    Zé Luís disse...

    Álvaro, desde o início era conveniente pensar assim e eu sempre o defendi: o FC Porto só terá hipóteses de se defender em tribunal.
    Essa fase vai começar.
    O FC Porto vai defender-se nas instâncias desportivas e se preciso for na justiça comum.
    Tem de ser assim, não é tempo de sair à espadeirada para matar os mouros.
    O FC Porto, diz aos suíços, não está condenado. Até na Helvétia devem saber que as acusações só em tribuna são transformadas em sentenças, eventualmente, com recursos. Até os da Confederação devem saber que só assim se defende a nossa honra quando está atacada.
    A SAD disse no comunicado que recebeu a nota de culpa e vai responder, vai contestar.
    O processo, verdadeiramente, só agora começou.
    Finalmente, por ironia, estará livre das especulações mediáticas.
    O MP e a MJM saem de cena e a CD da Liga tem de sustentar a sua nota de culpa, onde terá de apontar a causalidade para factos impossíveis de provar e mediante os quais propõe uma sanção.
    O que está proposto, diga-se já, é uma ninharia, decerto ao nível da minhoquice da prova apurada.
    É o suficiente para aumentar o descrédito da acusação.
    O que isto significa é que perder 3 pontos num jogo por alegada fraude é como fazer alinhar um jogador mal inscrito.
    Atenta no significado da sentença eventual e pensa melhor, sem exaltação, com frieza.
    A coisa está condenada é a descredibilizar-se a si própria.
    Primeiro a Carolina, agora a CD da Liga que se tinha imposto um timing para o Apito Final e politicamente acha ter de o cumprir.
    É um autogolo da Liga, depois dos golos da Taça da Cerveja que em nada melhoraram o nosso futebol.
    Haja calma que o FC Porto saberá defender-se, finalmente nas instâncias próprias.
    Argumentos esgrimem-se em tribunal.
    Se as televisões estivessem interessadas em apreciar os factos já teriam retransmitido os jogos em causa supostamente fraudulentos.
    Abraço.

    Toupeira disse...

    Amigo Zé Luís, vejo-te com muita confiança. Gostava de também estar assim mas tenho a impressão que isto vai ser mais complicado do que pode parecer à primeira vista.

    Não nos podemos esquecer que, como compraram o depoimento da Carolina também podem comprar outros depoimentos, de árbitros, dirigentes, jornalistas...E alguns, tal como a Carolina até se vendem barato tal é o ódio que eles têm a Pinto da Costa e ao FC Porto.

    E nem precisam de apresentar provas porque é a palavra deles contra a do PC. Aliás, os processos tinham sido arquivados, depois apareceu a Carolina, disse umas mentiras e o clube vai ser julgado. Provas nunca existiram e a diferença é que da segunda vez existia a palavra da Carolina contra a do Presidente do FC Porto. Foi, como sabemos, a dela que venceu. E isso deixa-me apreensivo porque em tribunal pode acontecer o mesmo.

    Mas admito que, talvez por andar a ver muitos filmes, estou com pouca confiança nos magistrados portugueses e isso tem alguma influência no que escrevo.

    portodocrime disse...

    Amigo Alvaro.
    eu sei que e longo,
    mas mostre isto aos seus amigos suiços.
    Dívida fiscal
    Ferreira Leite despachou a favor do Benfica
    04.06.2002 - 10h31 João Ramos de Almeida

    O Governo negou ter feito um acordo com o Benfica. A ministra das Finanças mostrou-se chocada com as acusações de conluio. Na verdade, Manuela Ferreira Leite despachou como o clube pretendia.

    As acções da SAD foram aceites como garantia para impugnação da sua dívida fiscal do Benfica.
    Ao contrário do que afirmou aos deputados, a ministra de Estado e das Finanças, Manuela Ferreira Leite, teve uma intervenção directa no "dossier" fiscal do Sport Lisboa e Benfica. A ministra assinou um despacho em que corroborou o parecer da administração tributária sobre a avaliação das acções da sociedade desportiva (SAD) do clube. Dessa forma, interpretou a lei no sentido favorável ao clube, ao aceitar esses títulos como uma garantia idónea para a impugnação da dívida fiscal por parte do Benfica.

    O despacho não é oficialmente divulgado porque, segundo fonte do Ministério das Finanças, poderia revelar aspectos da vida fiscal do clube e, por isso, quebraria o sigilo fiscal desse contribuinte. Mas como o PÚBLICO apurou, a ministra assinou o despacho em que deu o seu assentimento à forma como a administração tributária - incluindo o anterior director-geral dos impostos - propôs avaliar as acções da SAD do Benfica à luz das regras do imposto sucessório.

    A ministra Manuela Ferreira Leite justifica essa sua decisão por respeito à autonomia da administração tributária sobre esse tipo de matérias. A sua assinatura seria, desse forma, um mero deferimento do pedido da administração. Mas, na verdade, a ministra poderia ter recusado dar o seu assentimento e exigir que a administração bancária exigisse ao clube uma garantia bancária como determina, em primeiro lugar, o Código do Processo e do Procedimento Tributário. Só que não o fez.

    Esta despacho vai ainda contra o sentido das palavras do primeiro-ministro no Parlamento em que remeteu, na passada sexta-feira, qualquer responsabilidade para o Governo socialista. O próprio porta-voz do Ministério das Finanças não admitiu, nesse dia, a existência de algum despacho da ministra que viabilizasse a impugnação nos termos solicitados pelo clube. O comunicado divulgado nessa tarde afirma só que "desde que o Governo tomou posse não foi proferido qualquer despacho ministerial autorizando o pagamento, por qualquer contribuinte, de dívidas fiscais com acções".

    O Governo negou ter feito algum acordo com o Benfica, mas omitiu que tinha precisamente despachado no sentido defendido pelo próprio clube. Defesa essa, aliás, feita pelo actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez, junto do anterior Governo quando era então advogado representante do clube.

    Um caso delicado

    A história da impugnação da dívida fiscal do Sport Lisboa e Benfica vem desde o governo socialista e revela a dificuldade que os partidos do poder têm de exigir as regras legais a contribuintes como os clubes de futebol. Revela igualmente a extrema sensibilidade com que os responsáveis governamentais abordam publicamente estes casos.

    O caso do Benfica é apenas mais um episódio no rol de situações de permissividade dos representantes do Estado para com os clubes de futebol. Em 1998, o então presidente Vale e Azevedo negociou directamente com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais o pagamento faseado das duas dívidas fiscais. Entregou nessa altura um cheque de 254 mil contos e garantiu um "empenhamento forte desta direcção em ser um contribuinte como qualquer outro". Mas, no início de 2001, a nova direcção do Benfica, que afastou Vale e Azevedo, autodenunciou uma dívida fiscal gerada entre 1998 e 2000, num valor próximo dos dois milhões de contos.

    A autodenúncia incomodou a administração por não ter detectado essa dívida, quando havia precisamente uma comissão de acompanhamento dos clubes no âmbito da secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, criada em Março de 1998.

    Perante esse facto, o director-geral dos impostos veio a terreiro assumir o erro. A comissão de acompanhamento foi substituída, mas os deputados do PS impediram o ministro das Finanças, Joaquim Pina Moura, de ir ao Parlamento falar sobre o assunto. Em plenário, os deputados socialistas ameaçaram os deputados social-democratas de contar o que se passara durante o consulado dos governos do PSD liderados por Cavaco Silva.

    A direcção do clube garante que, nos contactos prévios com o director-geral dos impostos, António Nunes dos Reis, este terá assegurado um pagamento da dívida a prestações, quando a lei determina que uma dívida autodenunciada deve ser paga na íntegra. Nunes dos Reis negou, mas admite ter lido um documento apresentado pelo Benfica.

    Quando as autoridades se mostraram firmes na versão de um único pagamento, a direcção do Benfica deu uma conferência de imprensa para contestar essa versão dos acontecimentos e mostrou-se disponível para contar o que aconteceu. Mas mais tarde, e apesar da dívida ter sido autodenunciada, o ministro das Finanças aceitou que se procedesse a uma inspecção para quantificar a dívida e que as notificações ao clube fossem feitas à medida que se quantificasse a dívida de cada ano em causa. Ou seja, aceitou, na prática, um pagamento a prestações que a lei contrariava.

    Apesar do clube não ter entregue o IRS descontado nos vencimentos dos futebolistas, tal como espelha o relatório da Delloite & Touche, o Ministério das Finanças declarou que não havia razão para um inquérito-crime por abuso de confiança fiscal aos dirigentes do Benfica. Aliás, este foi apenas mais um episódio entre o Ministério Público (MP) e a administração fiscal sobre a obrigatoriedade ou não de comunicação ao MP dos casos de crime detectados. No caso do Benfica, teve de ser o ministro das Finanças, Oliveira Martins, a quase intimar o director-geral a comunicar o caso ao MP.

    Quanto às dívidas autodenunciadas, o clube apenas foi notificado para pagar 1998 quase no final de 2001, num valor aproximado de um milhão de contos. E, apesar de ter sido o clube a assumir essa dívida, a mesma direcção contestou-a na parte dos juros. Alegava-se que como tinha sido o clube a denunciar-se que não haveria direito à cobrança de juros. Mas outros dirigentes admitem que se tratou de um expediente para protelar o pagamento.

    Foi por volta dessa altura que o Benfica solicitou uma a passagem de certidão da administração fiscal atestando a sua situação de não devedor, com vista à assinatura do contrato relacionado com as obras do estádio. Ora, essa certidão só poderia ser passada se a impugnação da liquidação estivesse conforme a lei.

    O problema da garantia

    Para realizar essa impugnação, o clube tinha de entregar garantias. O artº 1999 do CPPT afirma que, na impugnação, "caso não se encontre já constituída garantia, com o pedido deverá o executado oferecer garantia idónea, a qual consistirá em garantia bancária, caução, seguro-caução ou qualquer meio susceptível de assegurar os créditos do exequente". Ora, em vez disso, o clube entregou acções da SAD, não cotadas, num total de 20 por cento do capital.

    A administração fiscal ficou, assim, com o assunto delicado entre mãos. Em primeiro lugar, as acções são de valor mais do que discutível. Em segundo lugar, a própria lei das sociedade desportivas não abre a possibilidade de o Estado poder deter acções de sociedades desportivas, apenas prevendo os casos das regiões autónomas e de associações de municípios. E isso era o que aconteceria em caso de execução da garantia.

    O assunto começou a ser estudado e demorou meses até se chegar a uma conclusão. Como tal, a administração fiscal escusou-se a legitimar a situação e passou uma certidão em que se referia que o Benfica não estava regular do ponto de vista fiscal. Mas apesar disso, o contrato para construção do clube foi assinado, em Janeiro passado, com pompa pelo então ministro do Desporto e Juventude, José Lello.

    Mas em Março, o então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Ricardo Ferreira Fernandes assinou um despacho que flexibilizou as regras de prestação de garantias (ver caixa). Desconhece-se se foi ao abrigo deste despacho que a ministra deu o seu aval, mas o certo é que a administração fiscal descobriu um critério de avaliação das acções da SAD. Com base nas regras do imposto sucessório, avaliou-se os títulos não ao ser valor nominal de cinco euros, mas de três euros por acção.

    A proposta da administração fiscal foi deixada pelo anterior Governo para o seguinte. O ex-ministro das Finanças Oliveira Martins afirmou ao jornal "Expresso" que, quando se aperceberam que a situação fiscal do Benfica se tornara tema de campanha eleitoral -depois do jantar de apoio a Durão Barroso em que Vilarinho esteve presente -decidiu nada fazer. O despacho da ministra Manuela Ferreira Leite coloca um ponto final no pedido do Benfica. Aceita as acções da SAD como boas e, com elas, toda a situação fiscal do clube regularizada.
    http://ww2.publico.clix.pt/print.aspx?id=148689&idCanal=undefined

    Pelo futebol morre o peixe

    04.06.2002 - 10h45 José Manuel Fernandes
    A história que se conta nestas páginas é pouco edificante - e mostra como o futebol e os grandes clubes continuam a ter um poder que a razão desconhece.

    É uma história que mancha tanto este como o anterior governo, um porque começou a negociar uma má solução, outro porque foi divulgando meias-mentiras, ou verdades incompletas, para acabar por viabilizar a má solução que vinha de trás.

    No retrato, e porque é este o Governo que temos e o que temos de julgar com mais severidade - o outro já foi julgado a 17 de Março -, a verdade é que a forma tortuosa encontrada por Manuela Ferreira Leite para viabilizar a entrega de acções da SAD do Benfica como garantia de pagamento de uma fracção em disputa de uma dívida legal é fatal. É fatal porque acabou por mostrar o rabo do gato que estava escondido. E é sobretudo fatal porque afecta a sua imagem de rigor draconiano.

    O Governo já tinha um "calcanhar de Aquiles" neste processo: a presença no seu seio, como secretário de Estado, de Vasco Valdez, precisamente o homem que negociara com o anterior Governo e com a administração fiscal em nome do Benfica. Agora, e como à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria, a forma trapalhona e comprometedora como Ferreira Leite geriu o "dossier" desde o debate parlamentar da passada sexta-feira mostrou fragilidades que farão todos os contribuintes interrogar-se sobre se hoje, como no passado, é pelo "futebol que morre peixe", isto é, se quando se chega ao futebol o Estado continua a encolher as garras e a esquecer o rigor.

    Se assim for é um triste sinal, até porque foi pelo futebol e em nome do futebol que o primeiro Governo de António Guterres sofreu a sua primeira grande derrota política: o chumbo do "totonegócio".

    Independentemente da discussão técnica sobre a validade, ou não, da decisão da administração fiscal agora avalizada pela ministra, o importante é o sinal dado à opinião pública. O sinal de que, no fisco, continua a haver filhos e enteados.

    Para este Governo, nesta altura, isto é especialmente grave. Para Guterres o "totonegócio" foi um epifenómeno rapidamente esquecido porque não estava no coração das prioridades governativas. Para Barroso é diferente. Como se pode ver pelas sondagens, os portugueses estão divididos e confusos. Muitos continuam a crer que colocar ordem nas contas públicas é a principal prioridade do Governo - mas a maioria não está a gostar de isso estar a ser feito subindo impostos como o IVA. Pedir sacrifícios a uns e condescender com outros é, neste quadro, politicamente suicida - e é assim que o cidadão comum está a ler o que se passou com o Benfica.

    Mais: o tempo em que o clubes eram intocáveis também já lá vai. Haverá sempre energúmenos para se manifestarem se um Governo mandar penhorar um estádio e as suas retretes, mas a maioria aplaudirá. Essa maioria já percebeu que há clubes que vivem muito acima das suas possibilidades e não querem mais que o Estado lhes ponha a mão por baixo.

    Havendo rigor, tem de haver rigor para todos. Sem medo. Sem recuos. Até porque, imaginando nós o que por aí vai na construção dos estádios para o 2004, não tarda que pela primeira brecha que se abrir na firmeza governamental se precipite nova enxurrada de "buracos orçamentais".

    Ora esta decisão de Pilatos de Manuela Ferreira Leite já abriu essa brecha. E a ministra cometerá um erro fatal se não o reconhecer: os erros do passado e os pecados do anterior Governo não podem servir-lhe de desculpa. Para além de que é feio atirar com a responsabilidade para os seus subordinados da administração fiscal.
    http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=148693

    Toupeira disse...

    Caro portodocrime, depois de ler essa crónica do público tive uma ideia para os sábados ou domingos das semanas em que tiver tempo para fazer pesquizas. Escrever sobre o glorioso passado dos vigaristas.

    E como tenho alguma documentação nos confins deste computador, vou tentar começar por aí, pelo despacho de Ferreira Leite a favor do Benfica.

    Zé Luís disse...

    Amigo Álvaro, até agora, precisamente, pode dizer-se tudo e mais alguma coisa. Nenhum juiz avaliou o depoimento de A ou B. Protegida pelo regime, paga a segurança privada de testemunha com os nossos impostos, Carolina disse o que quis enquanto lhe encomendaram histórias.
    A partir do momento em que chegou a tribunal, uma só vez em Gondomar, começou, obviamente, a não dizer a letra com a careta.
    Em tribunal, perante um juiz e sob risco de falsas declarações (também) a levarem á prisão, Carolina não tem sustentação factual, nem memória, nem português do LFV bronco, para se safar.
    Um juiz de Direito, um tribunal civil, não dará mais valor a uma declaração do que a outra.
    Só por aí não vai lá processo algum.
    A confiança que dizes eu ter é só a ideia, ainda não desfeita, que tenho de alguém poder defender-se em tribunal sem receio de nada se tiver razão e não reconhecer na outra parte, acusatória, argumentos válidos, irrefutáveis e perfeitamente sustentados, prova bastante para condenar.
    Por isso, venham os tribunais.

    Porto1969 disse...

    Pois Alvaro isso passou-se exatamente comigo,hoje vou a 1 cliente ele chama-me ao computador e mostra-me a noticia,nem perdi tempo em explicar a republica das bananas que portugal e,porque moro num pais em que 2 policias fizeram desaparecer 1 multa do Beckenbauer e foram despedidos e deu cadeia.
    Nos por ca vamos ter calma,isto e a portuga,uns oferecem cristal e nao se passa nada.

    Porto1969 disse...

    So + 1 pergunta,na altura nao era o special 1 o nosso treinador? Entao o gajo ja nao e special 1 nem 2 nem 3,afinal era tudo apito dourado? Ate gostava de ver Mourinho como testemunha.

    Anónimo disse...

    Eu estou como o Álvaro, super desconfiado, porque não me basta acreditar na justiça. Há montes de pessoas condenadas inocentemente e quando vejo todo o sistema judicial, MP, dar credibilidade a uma única testemunha nos processos que lhes interessam e noutros que a condenam dizem que não é credivel, quando vejo o ataque a tudo o que é do Porto a última das quais o Director da PJ, quando vejo investigações à Ana Salgado só porque defendeu e contrariou a historia, quando nos dizem que há inspectores a orientar a testemunha -mor, quando a rede de influencia que esta gente consegue é deste calibre, é preciso ter receio e não acreditar nesta justiça.

    apagavela disse...

    Sugestão: Próximo jogo é em canal aberto e podemos festejar mais um campeonato. Depois das capas dos jornais esta semana, devemos mobilizarmo-nos e encher o estádio com cartazes, cheios de perguntas incómodas! Ex: escutas de LFV vão a tribunal?

    Anónimo disse...

    o presidente meteu em casa uma puta, arranjada pelo reinaldo e pelo pinheiro, que andavam na mó de baixo.

    a gaja chupava-lhe os tomates, as contas bancárias também.

    o homem andava embeiçado e levava-a para todo o lado. até ao papa.

    a gaja assistia a tudo. quando ele se distraia, fodia o macaco.

    o araujo que andava feito com os loureiros tambem se começou a chegar e trouxe os arbitros.

    o presidente já nem se lembrava de ter cuidado.

    depois, a gaja começou a embirrar com a filha e o presidente po-la com dono.

    a gaja pediu caroço mas ele não pagou.

    a gaja fodeu-o e foi à judite cotnar o que sabia.

    quem está agora fodido somoes nós. ele está rico. ela tambem.

    querem fazer dele um deus? foda-se, deus só meu dragão, o meu FCP. eu sou portista, nao sou pintodacostista. se ele andou com badalhocas, não se queixe do esquentamento.

    Miguel Oliveira disse...

    "É tempo de acabar com a centralização de todos os poderes da capital."

    Assino por baixo.

    E até lá, é preciso envidar todos os esforços para que o Pinto da Costa tenha um julgamento justo, direito que a nossa Constituição lhe confere mas que Lisboa insiste cobardemente em não lho querer dar.

    Miguel Oliveira

    P.S. - Excelente blog, continuem o bom trabalho.

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