Pinto Monteiro, uma «virgem intocável» durante quantos mais anos?

Não gosto de Pinto Monteiro. Vivemos uma (in)justiça à moda da segunda circular que envergonha os portugueses e ele é o principal culpado embora não seja o único.

Disse Pinto Monteiro, a propósito do caso Cristóvão/Cardinal, que o futebol deve ser investigado como qualquer outra área de atividade, quando houver razões para tal, e não ser uma «virgem intocável» como aconteceu durante anos e anos. Estaria a pensar nos gloriosos tempos salazaristas? Nos anos oitenta? Noventa? Neste século? Só ele saberá mas as investigações às equipas de futebol não são novidade em Portugal ao contrário do que ele diz. As equipas da cidade do Porto éram bastante investigadas nos gloriosos tempos do fascista Salazar e ainda o são hoje em dia. Há poucos anos atrás chegaram mesmo a fazer-se equipas especiais para que Maria José Morgado pudesse ter todos os poderes deste mundo. Gastaram-se milhões. Ele sabe disso.

Estaria a pensar apenas nos clubes de Lisboa?  Não creio. Pinto Monteiro não é pessoa para criticar quem ajudou a metê-lo no poleiro. Mas é verdade que durante anos e anos, alguns dirigentes dos clubes da capital foram condenados vezes sem conta mas nunca por causa do futebol. Éram mafiosos apenas na vida privada, no futebol sempre foram muito honestos e bons rapazes para a PJ e MP de Lisboa.

Desta vez foi diferente e Paulo Pereira Cristóvão, vice-presidente do Sporting, foi acusado depois de ter pago a um árbitro assistente. Já é um começo. Mas é preciso que as investigações continuem e o MP não pare a PJ como fez no processo dos milhões que o presidente do Benfica roubou aquando da transferência de Mantorras.